quinta-feira, 30 de abril de 2009

Votos Pobreza, Obediência e Castidade.


POBREZA:

Jesus era pobre. Possuía menos que as raposas e as aves do céu e não tinha onde reclinar a cabeça (Mt 8,20).Na cruz, até sua túnica foi sorteada e não possuía mais nem amigos (Jo 19,23-44). = Por isso os religiosos são também pobres. Nenhum deles possui nada. Todos os bens são comuns, como os primeiros cristãos (At 2,44). O voto de pobreza não é nada mais que um compromisso de partilha em todos os níveis: intelectual, profissional, de dotes, de cultura etc. É também a intenção de empregar os bens materiais para a construção do Reino de Deus. = "Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens e dá aos pobres, e terás um tesouro nos céus. Depois, vem e segue-me" (Mt 19,21).

CASTIDADE:

Jesus também não se casou. Ele podia muito bem ter-se casado, mas não quis, para poder ser mais disponível a todos os que precisassem dele. Uma vez ele explicou que há pessoas que não se casam para poder dedicar-se mais ao Reino de Deus. Mas depois acrescentou: só entende isso aquele a quem é dado entender (Mt 19,12). Isto é, só entende aquele a quem Deus dá este carisma, esta vocação. Você já percebeu que quem mais se preocupa com o casamento dos padres não são os padres nem as freiras, mas os outros? O voto de castidade leva o religioso a jamais excluir alguém da sua amizade, do seu afeto. Isolar alguém é o maior pecado contra o voto de castidade. Este vem libertar o afeto de qualquer delimitação. Por tudo isso se vê que os votos não bloqueiam as riquezas e potencialidades da pessoa, pelo contrário, as dinamizam. Outra característica de voto de castidade é a alegria. Um indivíduo que consegue passar um ano inteiro de cara fechada, mostra claramente que não tem vocação para este voto!
Os padres, os Irmãos e as Irmãs não se casando, não querem que este gesto signifique um menosprezo ao casamento. Pelo contrário: não se casam para valorizar mais o sacramento do matrimônio. Por exemplo:

Cuidando das crianças abandonadas,
de velhinhos que as famílias rejeitam ou dos quais não têm condições de cuidar,
procurando unir os casais que estão em crise,
dando catecismo às crianças para suprir a falta de ensino religioso no lar etc.

De mais a mais, todos os religiosos são filhos de matrimônios. Como poderiam desprezá-lo?

"Todo aquele que tenha deixado casa ou irmãos ou irmãs ou pai ou mãe ou filhos, ou terras, por causa do meu nome, receberá muito mais e herdará a vida eterna" (Mt 19,29).

Os religiosos querem dar também aos votos um sentido profético de denúncia às três grandes raízes do pecado:
Abuso do prazer e do sexo: voto de castidade.
Abuso do dinheiro e da riqueza: voto de pobreza.
Abuso do poder e da autoridade: voto de obediência.

Qual dessas três vocações específicas (leiga, sacerdotal e religiosa) é mais importante? - Nenhuma! Todas são igualmente importantes. O importante mesmo é o modo com que se vive cada uma!

Congregação ou Ordem Religiosa é um grupo de religiosos (padres, irmãos ou irmãs) que vivem juntos, formando como que uma família religiosa. Vivem em comunidades (as casas religiosas) e procuram dedicar-se juntos ao serviço de Deus e dos irmãos.O que distingue uma Congregação Religiosa da outra é a sua missão na Igreja e no mundo.

CARISMA:

A palavra carisma vem do grego "cháris" que significa graça, dom. É um dom do Espírito Santo para o serviço dos irmãos. O carisma nunca é dado para o benefício da própria pessoa (ou instituição) e sim para o benefício dos outros. O Espírito Santo distribui carismas não só para pessoas individuais, mas também para grupos, instituições e até para Continentes, como por exemplo, o carisma da Igreja da América Latina. Entre as instituições, destaca-se o carisma das Congregações Religiosas. Para se conhecer o carisma de uma Congregação, precisamos primeiro conhecer o carisma de seu fundador. Os dois não se identificam, mas um nasce do outro. Podemos distinguir o carisma do fundador, o carisma de cada membro da Congregação e o carisma da Congregação como tal. Não é que um fundador receba um carisma, que vá sendo partilhado ou distribuído entre os membros. Cada membro recebe um carisma pessoal direto do Espírito Santo, através do qual vai continuar (não repetir) o carisma do fundador, pois os membros da Congregação vivem em situações históricas diversas das do fundador, exigindo, portanto, uma resposta evangélica diferente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário